Meu avô Naomichi Murakami chegou no Brasil em 1919, vindo de Tokyo, e, como a maioria dos imigrantes da época, instalou-se no interior de São Paulo.

Em Marília aprendeu a fazer doces e salgados. Já em Mogi das Cruzes, num período em que a lavoura passava por dificuldades, resolveu abrir um comércio, onde preparava os doces e salgados.

Suas especialidades eram as cocadas, bombocados e queijadinhas, além de doces japoneses como o manju e o anpan. Também fazia bolos de andares para casamentos.

Naomichi faleceu muito cedo, mas o gosto pela culinária foi passado para toda a família. Na minha adolescência passei muitas tardes no trabalho de minha mãe e minha avó, no Bombolinha Doceria de Mogi das Cruzes, na época de propriedade de uma prima de minha mãe, onde pude vivenciar a rotina de uma confeitaria.

Após anos atuando na área de informática, minhas origens falaram mais alto: a NaNaYa tem todo o amor e carinho de uma família ligada a culinária. NaNaYa vem de onde tudo começa, do nome de meu avô Naomichi (Na) e da continuação dessa história, do nome de meu filho Naoki (Na). Ya (屋) é uma palavra japonesa para designar uma loja/estabelecimento.

Cris Haruyama Sampei *


* Cristiane Setsuko Haruyama Sampei é especialista em WAGASHI, doces tradicionais japoneses, consultora de negócios para Confeitarias e Cafeterias, Membro da Comissão de Divulgação da Gastronomia Japonesa do Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Membro da ABGJ - Associação Brasileira de Gastronomia Japonesa. Foi Bolsista no Japão pela JICA (Japan International Cooperation Agency) em 2018 na área de doces típicos japoneses. Em 2018 também fez um curso de confeitaria Yogashi na Pâtisserie Français La Fontaine em Yokohama. Em 2016 realizou visitas técnicas à confeitaria Gateu Puglia em Tsukuba e a loja de dorayaki Shichino em Tsuchiura, ambas na Província de Ibaraki.